O vídeo abaixo existe uma apresentação em Audiência Pública de maio de 2012, do Dr. Flávio Emir Adura, representando a ABRAMET - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, trazendo uma súplica e apoiando decisivamente na época o percentual de ZERO para o álcool no sangue na direção de um veículo.
Para os amigos que não puderem dispor de 15 minutos para ver o vídeo, o que seria o ideal, reproduzo abaixo o trecho final da participação do Dr. Flávio Emir Adura, trecho este que me emocionou:
Eu encerro dentro do meu tempo, agradecendo muito a oportunidade. Estes dados que declarei como científicos já foram disponibilizados à Côrte como amicus curiae.
Eu quero fazer um pedido, na verdade uma súplica.
Um pedido em nome dos Médicos de Tráfego, que sabem que beber e dirigir é incompatível. Um pedido dos Médicos que trabalham nas Emergências e que, no dia a dia, atendem vítimas de acidentes provocados por motoristas embriagados, com crânios dilacerados, tórax esmagados, pernas amputadas.
Setenta por cento dos leitos da Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo estão ocupados por vítimas de acidentes de trânsito, metade deles devido ao álcool.
Faço um pedido, em nome dos Médicos Legistas, que são obrigados a fazer as autópsias dessas vítimas. Muitas vezes, são partes de corpos que são autopsiadas.
Faço um pedido em nome de uma mãe que encontrou a cabeça do seu filho a 50 metros de um acidente provocado por um motorista com cento e cinquenta pontos na carteira de habilitação, com o equivalente a duas garrafas de destilado no sangue.
Esta mãe nos disse, Sr. Ministro, que, a partir daquele momento, para ela e o marido, os dias se tornaram noites e as noites muito longas e dolorosas. Na verdade, na Medicina, hoje, temos analgesia para tudo.
Até para o cancer temos tratamento para aliviar a dor, morfina, dolantina... Para os pais que perdem um filho em acidente de trânsito, não há analgesia. São dias, semanas, meses, anos de sofrimento.
Faço um pedido, uma súplica em nome dos pais e amigos de um jovem atropelado e morto numa calçada na Vila Madalena, em São Paulo, quando retornava de uma balada, em que foi se divertir. Percebeu que não tinha condições de dirigir, foi a pé e foi atropelado na calçada por uma condutora alcoolizada, que se julgou no direito de não soprar o bafômetro.
Faço o pedido a esta Corte, em nome de um cidadão brasileiro que perdeu a mãe e a irmã atropeladas na calçada de um Shopping Center em São Paulo. Estive com ele anteontem, quando me disse como foi doloroso, no velório, suportar a dor de ver dois caixões de familiares e como seria triste não poder festejar o dia das mães que foi ontem.
Faço este pedido em nome de milhares de parentes e amigos de vítimas de acidentes de trânsito causados pela embriaguez de motoristas.
Qual é o pedido?
Salvem a Lei 11.705. Ela não é a lei seca. Todos podem beber neste país, só não podem beber e dirigir.
Salvem a lei 11.705, porque esta lei salva vidas!
Obrigado
Fonte: ABRAMET
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Grato a amiga Valéria por compartilhar a matéria!
Abraços renovados para todos!