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Orgulho de ser EU! - Atualizado: 02-01-17



Orgulho de ser EU!

A narrativa que proponho para essa história é simples: descrever, em muitas palavras, por que eu tenho tanto orgulho de ser EU!
E qual o objetivo disso tudo?
Inspirar você a nunca, jamais, never, desistir da sua vida, dos seus objetivos, dos seus sonhos, de tudo aquilo que você acredita que lhe faça bem, independentemente do que o mundo pensa a respeito.

1. As regras nossas de cada dia

Desde que nascemos, existe uma gama imensa de regras, conceitos, especificações, costumes, todos criados por nossos antepassados, com a ideia de que isto auxiliaria na organização da sociedade existente e nos afastaria cada vez mais do povo bárbaro que um dia habitou o mundo.
Essas regras, de como se vestir, falar, se portar e incrivelmente, até de como pensar, era nos enfiado goela a dentro e quem não se portasse dentro delas era tachado, a princípio, de estranho, depois louco, possuído por algum espírito maligno, onde muitas vezes até uma bela e quente fogueira era o artifício utilizado para nos colocar no eixo definitivamente, servindo de exemplo para os demais.
O maior problema, a meu ver, nem era tanto quanto às questões de modismos, que sempre eram substituídos por outros, para mim a grande problemática está relacionada a arte do pensamento que, consequentemente, colocava palavras em nossas bocas, pois, imagine você, se até o pensar era fiscalizado pelas regras de conduta, imagine o sofrimento daquelas pessoas que, como eu, sempre desenvolveram a ideia do pensamento livre e de que retirar essa liberdade seria a mesma coisa que nos trancafiar numa masmorra? Consegue ao menos você, ser do Século XXI, vislumbrar como seriam os dias de hoje se essa regra ainda existisse? Façamos algumas divagações sobre essa possibilidade:
O celular, da forma que conhecemos não existiria, pois após cada texto escrito, antes de ser enviado, seja para uma rede social ou para um conhecido, ele passaria por um "filtro de conduta", para verificar se aquelas palavras escritas feriam alguma regra do pensamento existente. Pensem! Poderia haver até uma Lei reguladora da arte do pensar, do tipo: se pensar X, escreva Y, pois se escrever X a sua pena será, sei lá, vinte chibatadas online?
A TV também, como, por mais incrível que pareça, ainda ocorre no mundo, exibiria somente todo aquele conteúdo filtrado, de acordo com as regras, de uma forma a lhe manter no caminho, seguindo seu rumo junto ao imenso rebanho de telespectadores alienados a tudo, presos na redoma do pensamento pronto e fácil de ser mantido.
Livros, mesmo esquema do celular e TV, só podiam circular aqueles que vendessem aquela ideia fixa, em vez de lhe inspirar a arte do pensamento, muito ao contrário, lhe reduziria a um ser vegetativo.
Dizem que "regras foram feitas para serem quebradas" e que "os fins justificam os meios", e aí, o que me diz, você ainda vive na era medieval, controlado tal um boneco de ventríloquo ou uma marionete, ou já conseguiu de fato evoluir do homem primitivo, pintor de cavernas, para ser efetivamente pensante e que controla o rumo de suas próprias pernas?
Pense nisso, pense bem nisso antes de seguir com a leitura...


2. Descobrindo os pontos de vista conflitantes



Eu ainda cursava o ginásio nos anos 80, a antiga Sétima Série, quando tive os meus primeiros conflitos ideológicos, mas para que você entenda um pouco melhor a minha maneira de ver o mundo já naquela época, necessitamos regressar um pouco mais no tempo, para o final dos anos 70...

Minha mãe, tal o ex-presidente Lula tinha orgulho de dizer da sua própria mãe, também nasceu analfabeta e assim permanece até a data de hoje, mais de 65 anos depois. Contudo, o que lhe faltou de instrução lhe sobrou de inteligência e ela sempre soube indicar o melhor caminho para os seus filhos.
No meu caso, quando ainda tinha meus 7 para 8 anos de idade, não podia sair na rua para ficar à toa, era de casa para a escola ou para a biblioteca ou para a igreja. Dessa forma você deve pensar: então você não teve infância? Pode até ser, mas tive uma criação naquela idade fundamental da vida baseado em valores educacionais e espirituais, o que é a base que entendo ser essencial para formação de todo o cidadão.
Assim, enquanto a diversão dos meus colegas de escola era sair para a rua jogar pique-esconde, pega-pega ou futebol onde um par de chinelos de dedos era o gol improvisado, ou até brigar num ringue de lama (isso acontecia numa casa vizinha da minha), o meu lazer era constituído em viajar nas asas da imaginação através das leituras, primeiramente dos clássicos de Monteiro Lobato.
Bons tempos!
É óbvio que quando fiquei mais grandinho, como era de se esperar, me rebelei contra as regras impostas por minha sábia mãe, contudo, o meu caráter já estava alicerçado e foi só uma questão de tempo até eu perceber que uma das maiores maravilhas que a educação nos proporciona é o gosto pelo desconhecido, pelo amplo conhecimento, o combustível para começar a formar suas próprias opiniões e pontos de vista.
Assim, se faz justo que eu aproveite esse momento para render um sincero agradecimento para a minha mãe, que de tantos exemplos os quais incansavelmente me deu, desde a humildade, amor ao próximo, fé, até a maior das sementes que ela plantou em meu ser, que foi o gosto pela leitura.
Voltando para o ginásio, de onde iniciamos esse capítulo, eis que eu posso dizer sem medo de errar que nunca fui um aluno brilhante, um CDF, nada disso. A grande diferença entre mim e diversos colegas era que eu adorava estudar, aprender, fosse matemática, português, inglês, história, química, qualquer matéria. Contudo, o meu maior entrevero (acostume-se com minhas palavras e jargões antigos, se não souber o que significa, pesquise) foi numa matéria que, digamos, eu tinha um pouco mais de dificuldade e, vejam só vocês, hoje em dia eu trabalho com mapas...
Aqui cabe um aparte: eu não vou citar nome de pessoas, não vem ao caso, a ideia deste meu escrito não é expor ninguém ao ridículo e nem desrespeitar qualquer pessoa, todos que interagiram comigo têm suas motivações para agir da forma que agiram e essa é uma questão de liberdade que eu respeito e aplaudo de pé.
A matéria em questão era geografia, melhor, geopolítica, e a professora tinha uma didática complicada para mim. Ela ensinava de uma forma na qual o aluno era obrigado a assimilar completamente, decorar mesmo, palavra por palavra, o teor de sua matéria, e ela só aceitava as respostas que seguissem essa linha de raciocínio. Agora eu, um ser extremamente pensante, que adorava discutir as matérias e assim aprendia com maior facilidade, acabei travando discussões desnecessárias sobre os temas discutidos, e a professora, não muito acostumada a ser contrariada na sua didática, acabou me tomando por um aluno indisciplinado ou tumultuador, e assim o nosso relacionamento se tornou muito difícil.
Desta forma, tirei somente o mínimo proveito da citada matéria e prossegui com os estudos, concluí o ginásio e depois fiquei 11 anos sem estudar, pois na época não via muito desafio no estudo, faltava-me uma motivação, a qual surgiu no momento propício, mas será tema em outro capítulo.
Mas guardem em sua mente algo, acabei tendo que interagir novamente com essa professora no supletivo que fiz, o que também trouxe algumas consequências, contudo, o principal neste capítulo é observar algo bem simples: esse meu grande primeiro conflito estudantil não foi por que eu era um aluno mal educado, intransigente, antissocial, nada disso, o que eu senti na época é algo para mim que entendo ser verdadeiramente inaceitável: alguém querer se achar no direito de pensar por mim.
Isso até hoje me incomoda, pessoas querendo colocar palavras em minha boca ou na de outrem, que por algum motivo, não consegue ainda fazer valer seus próprios princípios.
Se tem algo que aprendi na minha vida é que, se houverem erros, até eles pertencem exclusivamente a quem os cometeu e ninguém tem nada a ver com isso, afinal, colhemos o que plantamos, então por que é que insistem em pisar tanto sobre a minha colheita?
E aí, já sentiu assim, como se alguém tentasse de alguma forma lhe manipular, reflita sobre isso antes de seguir adiante...


3. Quando me tornei uma pessoa melhor



Uma das maiores preocupações que povoam nossa mente durante a nossa vida se relaciona aos pequenos ou gigantescos erros que entendemos ter cometido em algum momento.

Mas será mesmo que foram erros ou não se trataram de escolhas? E será que devemos ficar a vida toda nos lamentando devido a essas decisões, acertadas ou não? E como fazer para deixar pra lá o passado, é possível?
Essas são algumas das questões relacionadas aos supostos erros que pretendo discutir nesse livro e vou usar como exemplo, assim como no capítulo anterior, experiências verídicas que vivi e que acabaram alterando o rumo da minha história pessoal. Destino, livre arbítrio, não posso dizer com certeza, mas o que acredito é que tudo na vida é somente uma questão das escolhas que fazemos.
Vou focar nas minhas experiências de trabalho, iniciando por um fato do capítulo anterior, de quando eu decidi parar de estudar, pois não via, não sentia um desafio nisso. Já havia iniciado o 1° Ano de um Colégio Técnico, estava com a cabeça raspada, era só seguir em frente, mas optei por parar.
Até hoje lembro de histórias de amigos meus que prosseguiram no estudo nessa época, que se tornaram gerentes de banco, empresários e por aí vai. Sinceramente, nunca senti inveja deles, bem ao contrário, sempre desejei que estivessem bem, naquele caminho que escolheram, e eu fui seguindo o meu, que nesta época da minha vida se constituía em trabalhar muito, ter um pouco de dinheiro no bolso para sair para os clubes, poder curtir.
Então o que me fez mudar de ideia e retomar os estudos? Para que explique isso, precisarei contar sobre uma escolha minha que gerou consequências e que de fato alterou meu jeito de ver o mundo. Foi quando eu tive a oportunidade de sentir na pele a bondade de uma pessoa de fora do meu círculo familiar.
Eu tinha 14 anos e após uma seleção, entrei para o SENAI, no curso de mecânica geral. Após fazer 6 meses de tornearia, nas férias do curso, consegui uma vaga como auxiliar numa oficina, com direito a registro em carteira. Contudo existe um fato que devo mencionar, que lhe dará uma ideia melhor de como eu me portava nessa idade.
Devido ao meu gosto por leitura e estudo, eu me achava uma pessoa inteligente, mais do que as outras, ainda não tinha aprendido uma boa lição de humildade. Desta forma na oficina eu comecei a aprontar muito, pensando que ninguém descobriria. Não o fazia por maldade, disto eu tenho certeza, o fazia simplesmente para provar para mim mesmo que eu era mais inteligente que os outros funcionários.
No fim o resultado foi previsível: o encarregado da oficina me encostou na parede de tal forma, sem violência alguma, somente com o conhecimento dos funcionários que tinha e de que as coisas erradas que começaram a acontecer surgiram a partir do momento que eu fui aceito como aprendiz.
Acabei confessando as minhas peraltices. Nesse momento de minha confissão, o que esperava do encarregado era uma lição de moral que me fizesse perder o rumo, numa humilhação típica e merecida, contudo ele agiu com compaixão e uma bondade imensa e me tratou como um filho que havia feito uma besteira, mas que podia agir de forma muito melhor no futuro, caso realmente aprendesse a lição e enxergasse que precisava andar num caminho melhor. Nem chegou a me mandar embora, sugeriu que eu pedisse demissão, para que não "sujasse" a minha carteira.
Percebi uma bondade imensa na ação e nas palavras desse bom encarregado, vi nele um reflexo de meu próprio pai, meu grande exemplo. A partir daquele momento eu passei a ver as pessoas de outra forma, não mais as olhei com desprezo ou como inferiores a mim e passei a valorizar muito mais suas qualidades do que qualquer defeito que existisse. Cresci através do importante ensinamento que recebi.
Quando retornei ao SENAI, agora para fazer 6 meses de ajustagem mecânica, o mestre me perguntou como havia sido a minha experiência na empresa que me contratou como aprendiz. Contei para ele exatamente toda a verdade, de que havia aprontado muito e que saíra do serviço. Ele disse que já sabia do fato e elogiou a minha sinceridade. Contudo, outros alunos também ficaram sabendo e qualquer fato errado que acontecia na escola, durante o meu turno, era relacionado a mim. Inclusive essa sombra me perseguiu ainda por alguns anos, mas conto em outra ocasião. Não suportei a pressão na escola e abandonei o curso, foram até me buscar em casa, mas a minha resposta foi simples: "Fiz escolhas erradas, recomeçarei no futuro e farei da forma certa!"
No próximo capítulo eu darei continuidade a ideia que aqui iniciei, dos possíveis erros que cometemos, que muitas vezes não passaram de escolhas erradas. E você, teve um grande exemplo na sua vida que lhe fez mudar radicalmente? Pense nisso e vire a página...