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É
impensável hoje o mundo sem o avanço tecnológico alcançado, em todos os meios,
seja ele puramente científico ou de lazer. É um novo mundo, que anda a
velocidade de megabytes por segundo.
O
aspecto mais positivo desse avanço é sem dúvida alguma a facilidade de acesso à
informação: num simples clique todo um mundo se abre. E para as pessoas que
como eu sempre tiveram uma pressa danada para tudo, principalmente para o
conhecimento, isso veio a calhar.
Mas
existe um “porém” fundamental, que quando mencionado geralmente causa um
descrédito e consequentemente uma resistência no público mais jovem: eu sou de
outra época!
Sou
de uma época que para se conhecer alguém profundamente não adiantava ir ao perfil
do Facebook, tinha que travar anos de amizade e assim mesmo corria-se o risco
de não conhecê-la por completo. Muitas vezes passamos uma vida sem nem nos
conhecermos direito;
Sou
de uma época que para desvendar o segredo de um quebra-cabeça não bastava
simplesmente pesquisar no Google com alguma palavra chave, você necessitava
exercitar seu cérebro por horas a fio para vencer o desafio ou então desistia
por um tempo e com a “cuca” fresca retornava até se superar;
Sou
de uma época que os resumos dos mais importantes livros não ficavam expostos no
portal de um site literário, era preciso ler do início ao fim inúmeros exemplares,
para assim formular seu ponto de vista como um mero hobby de leitor inveterado
ou para tirar nota 10 numa redação ou ainda para se dar bem no dificílimo
vestibular.
Por
ser desta outra época não me julgo nem um pouco superior aos seres mais jovens,
só tenho algumas vantagens: aprendi a reconhecer os defeitos e qualidades nas
pessoas apenas convivendo com elas; descobri como tirar proveito do meu cérebro
através do simples ato de pensar; viajei pela mente e pelo mundo de dezenas de
escritores, absorvendo muito do conhecimento que eles tinham para oferecer,
sendo necessário para isso apenas ter o hábito de ler.
Essa
é a grande diferença do antes e do depois do avanço tecnológico: hoje tudo
ficou fácil demais, tão fácil que as excelentes dificuldades que ajudavam a
moldar o cidadão se perderam. É impossível que uma pessoa evolua da maneira
correta se ela não passar por todos os desafios, passo por passo, dia após dia.
Se tudo lhe for dado “de mão beijada” a incrível sensação humana do descobrir
algo novo acabará se perdendo e tudo não passará simplesmente de um gigantesco
banco de dados, onde transbordam informações, mas pouco se conhece da fonte que
as originou.
Não
é necessário abrir mão desse nosso novo mundo, ele veio para ficar e a cada
segundo se aperfeiçoar quase que automaticamente, mas se certos costumes,
alguns da minha época, forem perdidos completamente, o judeu-russo Isaac Asimov
terá acertado em cheio numa de suas obras literárias (Eu, robô), pois todos não
passaremos de meros seres robotizados, onde o amar-pensar-sonhar se tornarão
meras qualidades, adicionadas ou não no DNA de um novo indivíduo a se gerar,
provavelmente fruto de um laboratório qualquer. Se assim for resta torcer que, assim
como Isaac também imaginou ao compor o conto “O homem bicentenário”, o
elemento robotizado possa um dia ser mudado, querer ser mudado, agora para um
ser pensante e amoroso, cuja busca pelos sonhos seja uma de suas principais
razões de existir.
Verdade Incontestável!!! Também sou de outra época.
ResponderExcluirConcordo inteiramente com a sua análise.
ResponderExcluirClaro que vivemos numa outra época. E os nossos netos, quando nascem, já pertencem a uma outra IDADE !
Um abraço amigo.
Olá, Joel
ResponderExcluirCreio que sou da mesma época... li muito... dentre tudo o que vc apresenta aqui... destaquei isso...
Abraços fraternos
Foi profundo seu argumento e realmente citar o trabalho de Isaac Asimov “Eu, robô” faz com que o “filosofar” ganhe um maior espaço nos dias de hoje. As pessoas estão se tornando um novo ser com tanta tecnologia, por exemplo, de Homo Sapiens para Homo Internectus?
ResponderExcluirVerdade @Ronaldo, a criação de uma nova espécie: Homo Internectus! :) Gostei! Abraços!
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