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segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Grande Ditador - O Discurso

Por ocasião da 9ª Olimpíada de Redação da Prefeitura do Município de Jundiaí, que tem esse tema: "É hora de celebrar a vida. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade," (Charles Chaplin), li o discurso abaixo, visando angariar ingredientes para compor a minha dissertação.
O que mais me atraiu no discurso foi como ele cabe perfeitamente para o momento que estamos vivendo no Brasil.
JGCosta



"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos

Fonte: WIKI

3 comentários:

  1. Caro Joel G Costa...moderníssimo este discurso. Até parece que foi escrito ontem (hoje).
    Mas, infelizmente, muitos desejam ser amigo do rei e por isso veneram os que estão no poder. Sem séquitos, em busca de um naco do poder, não haveria reis nem imperadores. Em me enojo com pessoa ávidas pelo poder.
    Um grande abraço
    Lucas Durand

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  2. O poder na mão dos maus é opressão,é o medo, como arma, e a morte como pagamento. Sua efemeridade é notória, mas sua sensação de ter supera em muito qualquer outro sentimento humano. Seus adeptos sabem que tem tempo curto, por isso fazem grandes estragos em pequenos espaços desse tempo.

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  3. Joel,
    Devo dizer que esta publicação me tocou por várias razões.
    Primeiro, porque tenho imensa admiração pela carreira e a obra de Charles Chaplin. "O Ditador" foi um acto de coragem, realizado num mundo em que ninguém se atrevia a elevar a voz e dizer bem alto o que todos se contentavam de pensar baixinho. Além da performance neste filme, sei que ele também teve uma parte activa na escrita do discurso que você partilha hoje connosco e é um texto que nunca deixou de fazer sentido, seja qual for a época em que é lido / visto.

    Em seguida, tocou-me porque, apesar de não viver no Brasil, o meu coração bate ao ritmo do seu belíssimo país. Daqui é muito difícil ter informações de qualidade mas, graças aos amigos, vou mantendo-me informada. É, de facto, extremamente importante, guardar este discurso em mente. Sempre!

    Abraços!


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