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sábado, 26 de abril de 2014

Sobre o livro: "A Menina Que Roubava Livros - Markus Zusak" (sem spoilers)

O texto abaixo é uma ficção, mas reflete exatamente o que eu penso e o que eu faria se estivesse no lugar  do protagonista.
JGCosta




Foi durante o primeiro semestre de 2014 e a ideia para a turma de Filosofia foi minha: chamar o professor Gustavo para palestrar sobre o livro "A Menina Que Roubava Livros", de Markus Zusak.
Não por ele ser o meu tutor favorito, mas principalmente pela enorme sensibilidade que ele sempre demonstrou em suas explanações didáticas, independente do tema ou autor a qual se referia.
Fiz o convite após o término de uma aula, esboçando o livro em uma das mãos. Ele não respondeu a princípio, pediu o livro, o folheou rapidamente, leu a sinopse na contracapa e disse que sim, seria um interessante desafio.
Como o livro era meu, pedi que o levasse como presente, em troca do favor. Ele agradeceu e se foi.
A palestra foi marcada para dali a duas semanas. Nesse meio tempo, o encontrei e trocamos algumas informações, eu sempre querendo saber o que ele estava achando do livro, mas sem jeito para fazer a abordagem. Nem precisei! No final de nosso diálogo o professor citou o livro e me disse já estar na segunda leitura do exemplar, sendo este de grande valor, filosoficamente falando.
* E a propósito - complementou ele - meu discurso para a palestra já está pronto. Sendo mais exato, após ler os primeiros capítulos já tinha formulado em minha mente exatamente o contexto que acho interessante ser abordado.
Saí feliz de nosso encontro. Não foi a toa que lhe pedi para que discursasse sobre esse livro específico. Após completar minha leitura do mesmo, não foram poucas as divagações que travei com meus colegas, chegamos até a criar um grupo na internet para falar sobre o tema com outros estudantes de nossa universidade e outras tantas, e o assunto mostrou-se complexo e com inúmeras ramificações. Dado a variante de pensamentos que iam surgindo com a discussão do conteúdo do livro, me veio a mente que a opinião de um especialista traria uma luz extraordinária aos nossos debates.
No dia da palestra, com o auditório lotado também com alunos convidados de várias instituições, outros tutores, e mais um grupo que viu as chamadas nas redes sociais, apresentei demoradamente o professor Gustavo, que se encontrava sentado numa cadeira de madeira, à minha direita.
Ele se levantou num salto, dirigiu-se até o microfone, fixo em um pedestal, e deu um olhar para o telão às suas costas, onde cenas do filme baseado no romance de Zusac rodavam sem parar.
Voltou-se sério para os expectadores, e após observá-los de um lado a outro, iniciou sua narrativa, que surpreendente provou-se curta.
* Caros estudantes, colegas professores, demais presentes, agradeço a honra de ter sido convidado para discursar sobre este importante tema, tratado no livro da menina que roubava livros. Após minucioso estudo obtido por diversas releituras o que tenho a dizer sobre o mesmo é simples, claro e objetivo: "Temos muito!" 
Disse a última frase e saiu do palco, a princípio sobre o olhar surpreso de todos, mas nem bem iniciou o caminho pelo corredor central algumas palmas isoladas começaram a surgir, acompanhadas por outras e por outras, e em dado momento era aplaudido de pé por todos, enquanto rapidamente deixava o recinto.

Como citei a narrativa foi curta, mas a sua profundidade poucas vezes foi alcançada tão facilmente.

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