Lá vai a menina passeando no shopping
Exigindo celular e brinquedo importado
Levará nessa noite sacolas repletas
De artigos de luxo dos mais variados
Lá vai a menina no carro do pai
Perguntando se pode escolher seu presente
A mãe concorda, mas limita o valor
E arranca da filha um olhar descontente
Lá vai a menina na estação lotada
Agarrada à mãe para não se perder
Pediu uma boneca que fale Mamãe
A mãe nada prometeu, na feira iriam ver...
Lá vai a menina correndo em volta do barraco
Brincando de pega com o irmão menor
Quando o pai chega é uma festa só
Trás brinquedos de plástico comprados num brechó
Lá vai a menina na beira da estrada
De mãos dadas com a mãe por um longo caminho
Não vê a hora de chegar em casa
Pra brincar de casinha com sua boneca de milho
Lá vai a menina com o olhar perdido
Sob o sol chamejante limpa a face suada
Não sonha com nada, nem sabe o que é isso
Enquanto se agarra com força ao cabo da enxada
Lá vai a menina, essa também é especial
Tem mais sorte que as outras, assim imagina
Pois no céu onde vive todo o dia é um presente
Ao confortar os corações dessas outras meninas...
Nada mais triste que a criança que não sonha.
ResponderExcluirBelo poema
beijos
Concordo com a Angela - o mais triste é terem arrancado os sonhos de uma criança. Nesse caso, uma criança que nunca aprendeu a sonhar... Que pensamento mais apropriado para a véspera do dia das crianças. Parabéns! Um beijo, Deia.
ResponderExcluirÉ meu amigo... realidades diferentes!
ResponderExcluirDiferenças de vida, e distribuição desregulada de dinheiro!
Muito bom seu poema!
Muito boa ideia!
Parabens!
Tanta disparidade, tanto horror, tanta iniquidade, que sonhos se desvanecem (muitos), realizam-se(poucos), inexistem (milhões). Muito belo, Joe! Abraços. Paz e bem.
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