Escolha uma opção:

domingo, 11 de maio de 2014

O Obscuro e Iluminado Stephen King - NerdCast 406

Abaixo retrato um e-mail que envie para a equipe do NerdCast, após ouvir o áudio relacionado ao King que você pode ouvir AQUI! Tem spoilers!
JGCosta




Li todos os livros de Stephen King, inclusive do seu pseudônimo Richard Bachman. Só não li os últimos dois, pois ainda, nesse momento que digito, não foram lançados em português.

Para que os amigos saibam da minha profundidade quanto aos livros de King, numa época que não tinha tempo de ir a biblioteca, pedi a uma colega para pegar um book dele para mim. Ela trouxe o segundo volume da Coisa, pode? Li assim mesmo, depois li o primeiro volume e depois li de novo o segundo. Fora de série esse livro.


Um aparte antes da discussão: o melhor livro que já li até hoje foi sem dúvida O Senhor dos Anéis, onde o fantástico Tolkien conseguiu fazer uma trama maravilhosa sem usar um palavrão. Já o melhor de King para mim sem dúvidas é a série Torre Negra (mais de 4000 páginas e um erro a meu ver no enredo, que pode não ter sido um erro, mas um das suas conhecidas sacanagens mesmo). Quando me perguntam como eu, que não falo palavrão, leio King, digo que é simples: filtro o que não me interessa!

Eu estou a frente do King, pois nasci dia 22 de setembro e ele no dia 21, 21 anos antes de mim, mas também gosto de escrever, portanto, estou no mesmo plano de loucura do mestre do suspense.

Concordo plenamente com o argumento de que escrever é parir personagens, criá-los a partir do zero com sentimentos e desejos comuns a todos os demais, transformando-o em um conhecido nosso, íntimo, pois conhecemos todo o seu íntimo, portanto seu sofrimento passa a ser nosso sofrimento também. Isso gera um link com o leitor fantástico, creio que esse de fato seja um dos grandes segredos do King.

Geralmente, devido o fato citado acima, os filmes que são baseados nos contos de King ficam muito ruins, com exceção do Corredor da Morte, pois como jogar na tela todo o que se passa no íntimo do personagem?

Falando sobre o Cujo, é um exemplo típico de como um assunto que podemos considerar tão rápido para ser contado, como vocês fizeram no NerdCast, mas que King consegue explorar ao máximo.

O Iluminado de 1980 (filme) é um trabalho a parte, somente baseado no livro de King. Kubrick é sem dúvidas outro mestre com toque de Midas. Fantástico é, baixei esses dias atrás para matar a saudade. Deu vontade de ler de novo esse book clássico.

O livro que mais me deu medo foi sem sombra de dúvidas O Cemitério Maldito, por mais que curta ler histórias de suspense, coisas relacionadas ao, como posso dizer, mestre das trevas, me perturbam muito. Não que essa seja a prerrogativa do livro, mas me conduz nessa direção.

Já citei IT no segundo parágrafo, mas vale a citação novamente. É um exemplo clássico de como um livro de King fica muito ruim quando vai para o cinema, pois o final do livro, sem spoilers, se você não ler o livro não entende bulhufas. Uma das maneiras que o mestre escreveu o livro eu acabei utilizando em alguns contos, não com a mesma qualidade: ele termina um parágrafo de um capítulo entrando no primeiro parágrafo do próximo capítulo, sequencialmente, ou seja, dando sentido a uma frase inacabada, mas transportando o enredo para outro local. Referente a um dos personagens do livro, o palhaço, fica aqui uma pergunta para a equipe: Por que o palhaço pinta o rosto?

Ao se referirem a Misery citando o saudoso Sidney Sheldon, vocês bem que podiam ter citado Bianca e Sabrina também para as "donas de casa". :)

Um Grito de Liberdade foi um ultramegacurto conto de King, foi muito bem explorado pelo cinema, assim como o do hotel com o quarto 1408. O Corredor da Morte (A Espera de Um Milagre), como já citei, foi utilizado praticamente como roteiro para o filme de sucesso.

Sobre a Torre Negra, como já citei, o livro gerou mais de 4000 paginas, 7 livros. Um dos detalhes que não foi citada na discussão é que o próprio King virou um dos personagens do livro e o final é exatamente o que o autor queria... Teve a falha a meu ver que só percebi ao terminar a última página do livro, a qual consultei em blogs americanos e disseram que era assim mesmo.

Adorei a discussão, descobri detalhes interessantes das obras e do autor, e opiniões que vão diretamente a favor da minha, da profundidade explorada por King na hora de compor, da capacidade dos leitores de entenderem a real mensagem presente.

Recomendo muito para quem não leu ainda os livros Novembro de 63 e Sob a Redoma.

Um adendo: que bom que citaram O apanhador de Sonhos, que é fora de série!

E para encerrar, um livro que vocês não citaram - Insônia - de 1994, é um dos livros que indico para quem nunca leu.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Stephen_King

2 comentários: