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Não sei se sou normal, algumas vezes acho que sou, em outras nem tanto.
Deve ser essa fase – longa demais – de adolescência que passo, pois segundo meus adoráveis pais – sim, eles de fato são maravilhosos, não estou sendo sarcástica – vivem me dizendo que quando eu chegar aos 18 compreenderei melhor tudo que eles pregam hoje e que para mim é tão difícil de seguir, afinal são regras sem fim existentes para todos os lados em que eu olho.
Para ser sincera, tudo isso me sufoca! Principalmente quando as regras tendem a versar sobre o amor – ah, proibido e delicioso amor, se ainda não o tivesse sentido aqui dentro de mim...
Às vezes, à noite, eu penso em fugir. Mas fugir para onde? Além do mais não é assim que eu espero me recordar dessa época e por mais que o desejo de desaparecer viva se materializando em minha mente, o carinho que tenho por meus pais é imenso e só de pensar em decepcioná-los uma tristeza muito grande me invade, maior até que o desejo de me tornar definitivamente independente.
Eles vivem repetindo que confiam em mim, que querem que eu me torne uma adulta responsável, mas na hora de me darem um pouco mais de liberdade, batem novamente as algemas. Como é então que vou aprender o que de fato é bom ou ruim, se aparentemente fazem tudo por mim?
E ainda por cima querem comandar até mesmo o meu coração! Será que daqui a um ano quando eu atingir a maioridade, como num passe de mágica vou passar a ver tudo de forma diferente, fazer as melhores escolhas, amar as pessoas certas, encarar meus desafios mais seriamente, tudo de um momento para o outro?
Como? Se ainda não sei quais sãos os melhores caminhos a seguir, se ainda não interagi livremente com as pessoas para poder formar opiniões, se ainda não me entreguei plenamente para o homem que eu amo?
Será que toda a teoria que estou aprendendo vai fazer alguma diferença na hora da prática ou será que, como as pessoas normais, vou acabar mesmo errando para aprender?
São muitas perguntas e poucas respostas, e é muita coisa para a minha cabeça.
Quer saber, creio que isso é mesmo o mal da adolescência, vem um milhão de novas informações e sensações, de uma só vez e desesperadamente queremos enfrentar e sentir tudo, na mesma velocidade em que essas novidades nos são apresentadas e isso é infinitamente impossível.
Acho que vou ouvir os meus pais e deixar que o tempo responda a todas as minhas dúvidas. Ao menos vou tentar...
Essa é minha participação no Projeto Créativité na 9ª Edição Gênero - Situação. Clique no link e participe você também, ainda dá tempo!
Abraços renovados!
eu não fui atormentada em minha adolescencia…as vezes me sinto culpada por isso…rs
ResponderExcluirTomara ela se encontre...Linda participação, mais uma vez! abração,chica e linda semana!
ResponderExcluirA dúvida, sempre a dúvida. Para cada resposta, um milhão de novas perguntas. Lembro-me de ter lido uma entrevista "estranha" com um alpinista, quando este se propunha escalar o Everest.
ResponderExcluirA jornalista perguntava:
- Mas porque quer você subir o Everest?
E o alpinista respondeu:
- Porque ele está lá.
Interessante, creio eu.
Quando eu não tinha 18 anos eu tinha a idéia de que quando chegasse lá algo iria mudar na vida.
ResponderExcluirQuando fiz 18 eu tive certeza...
... De que nada mudou...
Realmente é assim que a vida se desenrola: a gente fica aguardando uma oportunidade, como nesse caso, por conta do calendário. Por um lado às vezes não sofremos antecipadamente, por outro lado, às vezes o trem passa e a viagem não se realiza. Veja na vida de Cristo, Ele aguardou a maioridade, que em sua época era aos 3o anos, para realizar a Sua missão. Abraços.
ResponderExcluirMuito bom, o texto parece mesmo de uma adolescente.
ResponderExcluirGostei
beijo
Gostei muito do texto, me fez lembrar da Elaine adolescente, srsrs.
ResponderExcluirVocê conseguiu inserir-se neste universo, ou seja, enxergar o outro lado e isso foi o mais interessante.
Beijos.
Maravilhosa inspiração que a criatividade trabalhou lindamente,Poeta. Parabéns!
ResponderExcluirPenso que quase todos nós já nos sentimos assim, até que um dia fomos pais, e finalmente compreendemos.
ResponderExcluirExcelente participação