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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um adeus para Ana Paula Sana

Clique na imagem para saber de onde ela veio!



Tudo que resta em minha mente é a imagem de uma garota bagunceira, levada mesmo, numa das festas que você foi com meu filho Joe.
Depois, pensando melhor, lembro de um trabalho que foi feito junto às escolas, quando eu fazia parte do Núcleo de Combate a todos os tipos de violência, e lá estava você, inteligente e bem humorada, se apresentando com os colegas de classe. Lembro que quando peguei o microfone para agradecer pelo empenho das escolas envolvidas no projeto, uma confusão de vozes se ouvia no salão, típico de jovens que são elétricos por natureza, e até iniciei o agradecimento e aparentemente eu nem parecia estar ali. Disse então em meio às inúmeras vozes:
-- Eu sei que vocês estão doidos para ir comer aquele lanche que as professoras fizeram e consigo ver daqui, naquelas mesas do fundo. Eu também estou! E é por isso que só vou lhes tomar mais um segundinho...
Consegui que todas as atenções se voltassem para mim entre risadas e lembro muito bem que me olhou sorrindo também.
Na última vez que lhe vi, dias atrás, naquele dia em que passei correndo procurando por seu irmão, não sabia de nada que passava em sua mente, pois uma garota fechada sempre foi e nem posso dizer que de fato fomos amigos, mas tenha certeza de que se eu soubesse o que se passava em sua mente eu lhe diria o seguinte, após lhe passar uma mão sobre o ombro:
-- Ei Ana tira isso da cabeça, existem muitos mais motivos para viver do que para se render a pressão do mundo. Nada justificará que tome uma atitude contra você mesma, pois não pode se esquecer do seu irmão e da sua mãe, que como todos nesse mundo tem seus defeitos, sem dúvida, mas não podemos esquecer das suas qualidades, das quais provavelmente a de lhe amar seja uma delas.
-- Esse não será o último momento em que pensará em desistir de tudo, achando ser a forma mais fácil de resolver todos os problemas que lhe cercam, muitos outros virão e terá que ser forte e continuar seguindo em frente. E mais uma coisa fundamental: vai ter que aprender a confiar nas pessoas, para poder lhes contar tudo que se passa dentro da sua cabeça, para que consiga enfim dividir esse fardo invisível que está sobre o seu ombro...
É claro que não foi possível ler sua mente para saber o que estava acontecendo aí dentro, nem eu e nem mesmo aqueles que faziam intimamente parte da sua vida, pois você tomou suas próprias atitudes e fim da história, fim de dezessete anos de vida...
Não vou lhe julgar, não cabe a mim, nem investigar para saber o que lhe levou a tomar tal atitude, agora já não adianta mais.
Tenho é que me desculpar contigo, já me referi a você como meia-irmã de meu filho, por não ser minha filha também, mas hoje ao ver a tristeza nos olhos dele tenho certeza que de ‘meia’ você não tinha nada, provavelmente era muito mais do que irmã, praticamente parte dele, pois é assim que eu o vejo nesse momento, como um agora homem com um pedaço faltando...
Bem, só me resta rezar para que esteja em paz menina...
Que Deus Esteja contigo!

2 comentários:

  1. Dar adeus sempre é triste...

    Lindo teu texto de despdida. abraços,chica

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  2. Despedirmo-nos de alguém é sempre muito doloroso. Existem casos em que o sofrimento (físico) de alguém tornam um pouco menos dolorosa a sua partida. Mas de facto, uma despedida de alguém que decide partir volutariamente, não só é doloroso, como pode ser traumatizante.

    Uma situação destas deve-nos levar todos nós, como sociedade, pois algo de certeza que está errado para levar alguém a uma medida tão extrema.

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