Esse meu conto tem três objetivos:
- Servir como minha participação na Fábrica de Letras desse mês, cujo tema é Mãe;
- Homenagear às maravilhosas mães que frequentemente visitam esse nosso espaço;
- Homenagear uma amiga (que é duplamente mãe, chamada por aí de avó) e que constantemente dá o ar da graça por aqui e por mais um milhão de blogs. Não vou dar dicas de quem estou falando, ela vai saber, assim como muitos tchê!
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Maria Mãe
"Existe uma lenda que diz que se uma pequena abelhinha, que de tão leve a mais suave brisa acaba por carregar, mesmo assim quiser mudar o rumo de sua história, se isso for a sua meta, nada a impedirá."
Era uma vez uma jovem menina que não tinha muitos motivos para sorrir.
Tinha saúde e apesar da família humilde, fome não passava, nem ela nem seus seis irmãos, pois o pai, forte italiano, da lavoura retirava o sustento para todos.
A sua infelicidade residia na frieza que sua mãe lhe dispensava, no tratamento para com ela, para com todos, pois na lida com a casa e no auxílio ao esposo, pouco tempo lhe restava para perder com as chamadas ‘bobagens’ sentimentais.
Assim a menina cresceu, com semblante infeliz, e seguiu as pegadas da mãe.
Quando se casou, ainda mocinha de 16 anos, com um rapazote da cidade, não demorou muito para ter seus próprios filhos, três, duas garotas e um menino. Também ela tratava os seus pequenos da mesma forma que sua mãe lhe ensinara, preocupando-se mais com os seus afazeres domésticos e doando-se para que seus rebentos tivessem a educação necessária para progredirem na vida e darem um adeus definitivo à miséria que agora assolava o país.
Sua filha mais nova, Joana, chamada carinhosamente de Joaninha pelo pai, pois tinha sempre a face corada e era um toquinho de gente com seus 6 anos, em certa data conhecida querendo agradar a mãe, pediu ajuda para a irmã mais velha e separou numa caixa de sapatos um presente, o qual esperou com ansiedade o tal dia importante chegar.
Nesse dia, informada pela irmã, lá foi ela ter com a mãe, segurando seu presente embrulhado em jornal velho. O pai de longe anunciou com um sorriso:
-- Lá vem a Joaninha...
Mas logo desfez a alegria do rosto ao ver a carranca da esposa, que não aprovava certos tipos de brincadeiras.
A pequena Joaninha manteve-se confiante e parou a apenas alguns passos da mãe.
-- Pra você mãe! – Disse e lhe estendeu o embrulho.
A mãe tirou rápido o embrulho das mãozinhas da filha e já ia se levantando para dar um jeito na casa, o almoço há pouco terminara e apesar de ser domingo, para ela não importava, pois pensava: é somente mais um dia de trabalho! Mas a pequena menina colocou-se a frente da mãe e com voz baixa lhe pediu:
-- Abre mãe!
Resolvendo terminar logo com aquela perda de tempo, a mãe de mal grado rasgou o jornaleco que cobria a caixa e essa destampou. De lá de dentro o perfume de uma rosa se espalhou pelo ar da cozinha apertada, mas as pétalas já estavam amarelando e somente um botão amarronzado havia.
Já se preparava para agradecer friamente quando num lapso de segundo a sua própria imagem lhe veio à mente, de uma época em que também ainda era menina e sonhava em ganhar abraços apertados de sua mãe, que aparentemente nem lembrava que ela existia. Parecia-lhe agora que isso ocorrera com qualquer pessoa do mundo, menos com ela, pois não conseguia se recordar em que momento da vida seu jeito de ver o mundo sofrera tamanha mudança. Enquanto viajava ao passado em busca do ser que existirá dentro de si, suas lágrimas há muito e muito contidas lavavam o seu rosto branco. Só retornou a realidade quando sentiu que alguém lhe puxava o avental, quase o arrancando.
-- Mãe, mãe, não gostou? Por que chora tanto?
A voz da pequena Joaninha a trouxe de volta, e olhou ao redor envergonhada, enquanto todos pareciam aguardar uma explicação, ao mesmo tempo em que se preparavam para ir cuidar de suas vidas, uma das frases mais ouvidas naquele lar.
Joana repetiu a pergunta e finalmente sua mãe Maria a olhou lá de cima e enxugando o rosto com a costa da mão livre, pegou a filha no colo, enquanto passava o embrulho para o assustado marido.
-- Gostei sim Joaninha. Seu presente parece comigo. Uma rosa já um pouco sem vida, sem cor, mas ainda perfumada, então ainda uma rosa existe, sim, ainda uma rosa existe em mim...
Abraçou delicadamente a filha, que lhe entregou uma rosa sem vida e ganhou uma mãe em flor.
Naquela tarde essa mesma mãe seguiu o exemplo da filha e outra flor desabrochou, e também o sonhado abraço ganhou.
Pode-se dizer então que graças há uma Joaninha todos dessa família, enfim, viveram felizes para sempre...
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Feliz Dia das Mães para todas as mães, avós e bisavós. Que O Bom Deus do céu Multiplique os seus dias por essa nossa terra, para que assim a nossa alegria também seja multiplicada!
Abraços renovados!
Abraços renovados!
Como me emocionou sua história!
ResponderExcluirE o perfume dessa rosa todos nós ganhamos graças a essa Joaninha.
Um grande abraço.
A avó eu vou cumprimentar em um dos seus inúmeros blogues.
Nooooossa, que coisa mais linda...
ResponderExcluirE mesmo não tendo certeza se essa JOANINHA é pra mim, sinto-me feliz e homenageada...rsr
Adoro joaninhas e não é por nada que escolhi essa figurinha pra me repredentar.Passava procurando por elas e adorava, me alegrava quando as encontrava.
Isso desde sempre!!
Teu texto ficou maravilhoso e que bom que a joaninha fez um bem por lá!!!
abração,tudo de bom e obrigado sempre por nos encantar!
Feliz dia das mães às mamães da tua casa e às que por aqui passarem! chica
Pouco importa o presente, mas sim a maneira com ele é dado. Abraços, Joel, e um feliz dia das mães que vivem ao seu redor.
ResponderExcluirTão lindo...! E que comovente a oração final... És um contador de histórias maravilhoso!
ResponderExcluirTuas histórias são fant´sticas! Abração.
ResponderExcluirFiquei muito emocionada com essa história. Muito linda!!!
ResponderExcluirAmei esse espaço, não conhecia - encheu meu coração de luz.
abraços fraterno de sua mais nova irmã
www.hospitalespiritualdomundo.blogspot.com
Puxa Joe, que texto bom! Parabens amigão!
ResponderExcluirVoltei pra agradecer esse lindo carinho..
ResponderExcluirFou um lindo dia pra mim, iniciando cedinho recebendo flores apanhadas num jardim da Inglaterra, onde um dos meus filhos mora e postada pra me alegras...
Depois chego awqui ,essa linda homenagem e assim segui meu dia...Adorei! obrigadão, abraçs,chica
Oi muito bem estruturado tópico , gostei mesmo muito, penso que poderiamos fcar blog palls :) lol!
ResponderExcluirTirando as brincadeiras sou o Paulo, e assim como tu publico webpages se bem que o foco da minha página é bastante distinto deste....
Eu desenvolvo websites de poker que falam de dinheiro grátis para jogar poker sem arriscares o teu cash......
Apreciei imenso aquilo li aqui outra vez
Voltarei!:)
Ps:Peço desculpa pelo meu portugues ruim
Espetacular mano, me fez chorar. Um grande abraço e que Deus continue a iluminar teus caminhos.
ResponderExcluirGildo Oliveira
Um texto fabuloso. Apesar de adorar estar com os meus pequenos e de brincar com eles, dei por mim a pensar que por vezes, com a correria do dia-a-dia, torna-se difícil ter tempo para eles.
ResponderExcluirMuitas vezes dou por mim a pensar que temos que parar e prestar-lhes mais atenção. Com igual sentimento fiquei ao ler este maravilhoso texto e vou continuar a tentar para que o stress diário não se sobreponha a esses maravilhosos momentos.
OLá
ResponderExcluirEssa história me pareceu familiar...
Ainda bem que a Joaninha nasceu...
Mãe é emoção no ar...
Abraços fraternais