JGCosta
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Introdução
As pessoas costumam contar
histórias por natureza. Mas, em se tratando de escrever uma boa história, você
pode se sentir travado, mesmo tendo uma imaginação vívida e um milhão de ótimas
ideias. Para escrever uma boa história, você terá de se inspirar, desenvolver o
conteúdo e revisar o trabalho até ter escrito o melhor texto possível. Apenas
siga estes passos caso queira escrever uma boa história curta.
Inspiração
Inspire-se ao prestar atenção no
mundo. Se quiser escrever uma boa história, você precisará manter olhos e
ouvidos abertos o tempo todo, escutando o mundo e deixando-o inspirar-lhe. Você
nunca sabe qual detalhe notará ou o que lhe prenderá a atenção até antes de
praticar a observação do mundo ao redor, considerando todas as coisas que poderiam
ser um ótimo tema para um bom trabalho escrito. Aqui estão alguns ótimos jeitos
para você reunir os detalhes que podem levá-lo a uma boa história:
Assista às notícias locais. As
notícias locais podem tratar de casos um pouco mais estranhos do que os
observados em rede nacional. Talvez você escute sobre uma mulher que tenha
sobrevivido após passar oito horas trancada em um congelador; ou sobre um homem
que ganhou duas vezes na loteria. Você terá uma premissa para sua história
quando ouvir um desses casos.
Note características
interessantes de personalidade. Talvez você tenha notado que os vizinhos
conversam com suas plantas; ou que eles levam o gato para passear a cada manhã.
Tente pensar sobre a vida oculta desse tipo de pessoa e veja se uma história se
desenvolve.
Preste atenção em seu ambiente.
Dê uma caminhada ou passe algum tempo sentado em um parque e observando e
busque encontrar algo. Talvez você veja um buquê de rosas caído na sarjeta, ou
um par novo de tênis em um banco da praça. Como esses itens chegaram nesses
lugares?
Escute a conversa das
pessoas.(Com moderação!) Até mesmo uma única frase interessante pode inspirá-lo
a escrever uma história inteira. Talvez você escute alguém dizendo “Minha
terceira esposa foi a única que amei...”, ou “Meu cachorro gosta de torturar
todos os homens com quem namoro...”. Isso é o bastante para começar uma
história? Claro!
Inspire-se pelo cenário “E
se...”. Este é outro grande meio de se começar uma história. Ao prestar atenção
no mundo, você deverá observar, além das realidades, as possibilidades dele. Ao
ficar atento a uma história ou imagem, pergunte-se: “Mas o que teria acontecido
se isso/aquilo ocorresse?”, ou “O que essa pessoa faria se...”. Seguindo essa
linha de pensamento, você poderá explorar os mistérios que lhe atormentam.
Você não precisa saber o final da
história quando começar. Na verdade, saber de pouca coisa da história antes de
começar fará você explorar mais possibilidades criativas, dando força ao seu
trabalho.
O cenário “E se...?” pode ser
prático ou completamente fantástico. Você pode se perguntar: “E se meu cachorro
começasse a conversar comigo?”, ou “E se meu vizinho, que ama muito meu
cachorro, o sequestrasse algum dia desses?”.
Inspire-se pelas suas
experiências. Apesar de histórias curtas pertencerem à categoria de escrita de
ficção, muitos trabalhos fictícios são altamente autobiográficos. Caso esteja
escrevendo um trabalho sobre algo que tenha acontecido a você ou a alguém
conhecido, isso seria considerado não-ficção; porém, inspirar-se por
experiências próprias e levá-las para um nível novo e ficcional é um ótimo
plano para escrever uma história, especialmente em momentos em que o escritor
“não tenha assunto”.
Muitas pessoas afirmam que você
deveria “escrever sobre o que sabe”. Uma escola de pensamento é que se você
cresceu numa fazenda em Santa Catarina, ou tentou passar dez anos tentando ser
um pintor na Noruega, deveria escrever sobre essas experiências em vez de
tentar adivinhar como seria a vida de uma pessoa em tais lugares.
Alguns escritores dizem que você
deveria “escrever sobre aquilo que desconhece acerca do que conhece”. Isso
significa que você deveria começar em território familiar, passando a explorar
algo que lhe deixou curioso ou que lhe pareça estranho nesse mesmo tema.
Se você se confortar demais
escrevendo sobre coisas que realmente aconteceram, acabará não dando espaço
para a criatividade. Por exemplo, talvez você tenha tido um amigo de infância
que foi embora sem avisar, ou talvez ande pensando sobre o que aconteceu com
aquele operador de trem que tanto lhe fascinava. Explore esse mundo e ponha-o
no papel.
Inspire-se por uma história que
tenha escutado. Sempre esteja buscando histórias que seus amigos e familiares
tenham lhe contado e que dariam ótimos trabalhos de ficção. Se sua mãe ou avó
sempre estiverem contando-lhe histórias sobre a infância, comece a escrevê-las.
Tente imaginar como era crescer em um tempo ou lugar diferente e comece a
escrever as possibilidades. Não se desanime caso não saiba tudo sobre tal
período de tempo; você sempre pode pesquisar.
Quando um de seus amigos disser:
“Você não vai acreditar no que aconteceu comigo na semana passada...”, preste
atenção. Você poderia ter o começo de uma história em mãos.
A história poderia vir de algum
lugar incomum. Talvez um DJ de Rádio tenha falado sobre a infância com algumas
frases curtas, e você repentinamente se sentiu fascinado com como a vida dele
foi.
Apenas esteja avisado: se você
ganhar a reputação de escritor que “rouba” as histórias que as pessoas lhes
contam, usando-as para ficção, muitos hesitarão quando quiserem lhe falar algo.
Inspire-se por um ambiente. Uma
história pode vir de um forte sentimento acerca de um lugar. Você não precisa
se inspirar por uma praia paradisíaca ou por suas férias incríveis em Veneza.
Em vez disso, inspire-se do normal. Pense em como era passar o verão no pomar
de sua avó quando você era criança; lembre-se de como era brincar com seu amigo
no porão da casa dele na época da escola.
Escrever sobre um lugar pode
levá-lo a desenvolver personagens e conflitos interessantes.
Inspire-se através de um
exercício de escrita. Exercícios de escrita vêm ajudando muitos escritores a
desenvolverem a criatividade, a encontrarem inspiração em lugares improváveis,
e a se forçarem a escrever mesmo com “falta de ideias”. Você pode começar com
um exercício de escrita para se aquecer por 10-15 minutos; ou pode escrever por
uma hora com base no exercício mesmo quando falta inspiração. Aqui estão alguns
ótimos exercícios para você começar:
Comece uma história com a
seguinte frase: “Jamais contei isso a alguém antes”.
Observe a imagem de um celeiro
normal num campo. Em seguida, descreva-o do ponto de vista de alguém que acabou
de cometer assassinato. Faça isso novamente do ponto de vista de uma garota que
tenha acabado de perder a mãe.
Veja como os pensamentos dos
personagens podem influenciar a maneira dele de ver o mundo.
Apenas escreva por 10-15 minutos
sem parar. Não pare ou olhe o que escreveu até acabar.
Escolha uma pessoa de sua vida
que seja absolutamente odiosa. Agora, tente escrever uma história do ponto de
vista dela. Tente fazer o leitor simpatizar com ele o máximo possível.
Permita que um personagem lhe
surpreenda. Escreva sobre um personagem que você aparentemente conhece bem, e
permita que essa pessoa faça algo completamente inesperado. Veja o que acontece
em seguida.
A discussão. Faça dois
personagens discutirem sobre algo completamente mundano, como quem levará o
lixo para fora, ou quem pagará o cinema. Esclareça que essa discussão é
realmente sobre algo maior e mais sério, como quem irá terminar o relacionamento,
ou quem está dando muito e recebendo pouco. Tente permitir que o diálogo faça
todo o trabalho.
Linguagem corporal. Escreva 500
palavras que descrevam dois personagens que estejam sentados próximos um do
outro. Sem usar diálogo, permita que o leitor veja exatamente como cada
personagem se sente em relação ao outro.
Inspire-se lendo histórias. Se quiser
dominar a arte de contar história, você deve ler a maior quantidade de
trabalhos artísticos que puder. Você deve ler os clássicos e os mestres
contemporâneos, usando a escrita dos outros para inspirar seus próprios
trabalhos. Aqui estão algumas histórias contemporâneas e clássicas que podem
inspirá-lo a escrever mais:
”A Dama do Cachorrinho”, de Anton
Tchekhov
”O Barril de Amontillado”, de
Edgar Allan Poe
”Um Lugar Limpo e Bem Iluminado”,
de Ernest Hemingway
”Um Trajeto Gasto”, de Eudora
Welty
”Catedral”, de Raymond Carver
”O Passado Morto”, de Isaac
Asimov
”A Selva”, de Ray Bradbury
”As Coisas que Carregaram”, de
Tim O’Brien
”Fugitiva” de Alice Munro
”Garota” de Jamaica Kincaid
”A Filha do Coveiro” de Joyce
Carol Oates
”Missa do Galo” de Machado de Assis
Desenvolva Sua História
Desenvolva um ponto de vista. A
maioria das histórias é escrita em primeira, segunda ou terceira pessoa. Se
você estiver começando, é melhor se acostumar a um único ponto de vista. Aqui
estão os três pontos de vista e como eles são usados:
A Primeira Pessoa. A primeira
pessoa é contada diretamente da perspectiva de um personagem que usa o “Eu”
para se referir a si mesmo. “Jamais contei isso para alguém antes” é um exemplo
de escrita em primeira pessoa. A primeira pessoa é ótima caso você queira
permanecer próximo da perspectiva e dos pensamentos dos personagens, mas pode
limitá-lo caso a perspectiva desse mesmo personagem seja muito limitada. A
primeira pessoa pode ser a perspectiva mais fácil caso este seja seu primeiro
trabalho.
A Terceira Pessoa. A terceira
pessoa é quando você escreve sobre um personagem usando “ele” ou “ela” a partir
de uma perspectiva externa, como “Ele estava cansado”. Na terceira pessoa, o
autor pode se aproximar dos pensamentos de um personagem ou se distanciar dele.
A segunda pessoa. A segunda
pessoa aborda o leitor diretamente com o “Você”. Como em: “Você caminhou em
direção ao escritório”. Essa pode ser uma grande técnica para conquistar o
leitor, mas também é meio exagerada.
Desenvolva seu enredo. Toda
história deve ter um enredo que conquiste o leitor, levando-lhe a perguntar o
que acontecerá em seguida. Isso não significa que sua história deve incluir uma
perseguição em alta velocidade ou um assassinato; seus leitores podem querer
saber o que acontece em seguida mesmo que a única coisa acontecendo seja duas
pessoas conversando numa lanchonete. Apesar de cada história ser diferente,
aqui estão alguns elementos básicos de um texto ficcional:
A Ação/Exposição crescente: isso
tipicamente surge no início de uma história, quando os leitores são
apresentados aos personagens principais, ao ambiente e ao conflito central.
Porém, algumas histórias começam direto no meio da ação e fazem os leitores recuarem
no tempo para descobrir o que está acontecendo.
O Conflito: as coisas em jogo.
Deve haver algo em jogo em cada história, ou o leitor não irá querer continuar
a ler, independentemente da beleza da linguagem apresentada. Toda história
precisa de um conflito ou de um ponto de tensão; pode ser tão dramática quanto
dois homens brigando pela mesma mulher, ou uma menina imaginando se a amiga
dela irá convidá-la para uma festa. A natureza do conflito não é importante – o
que é importa é que seus leitores se interessem pelo que acontece.
A Ação Decrescente: a conclusão
da história. Após o conflito ter sido resolvido ou discutido, a história terá
de se fechar. A maioria das histórias curtas não possui finais felizes, ou
finais fechados. Muitas histórias terminam com uma palavra ou imagem que faz o
leitor pensar. Se a história amarrar todas as pontas soltas, você acabaria
removendo um pouco do mistério e da mística por trás dela.
Desenvolva seus personagens. Sua
história precisa ter um personagem (ou personagens) que faça seu leitor se
importar e até torcer, mesmo que tal personagem não seja um cidadão de bem ou
uma pessoa de boa índole. Você pode caracterizar seus personagens de inúmeras
maneiras e todas elas são válidas. Aqui estão alguns jeitos de fazer seus
leitores sentirem fortemente os personagens:
Descreva o que eles dizem. A
perfeita linha de diálogo pode exibir um pouco das intenções do personagem –
especialmente se o diálogo não combinar com aquilo que ele está pensando.
Descreva o que eles fazem. O
personagem acorda sempre às seis da manhã sem um alarme, ou ele passa horas
apertando o botão “soneca” antes de acordar? Toda ação pode ajudar a construir
o personagem, por mais insignificante que ela pareça de início.
Descreva a aparência deles. O personagem
se veste formalmente para ir ao supermercado, ou sorri maniacamente durante um
momento de tristeza profunda? A aparência física do personagem pode revelar
detalhes de seu estado mental.
Descreva como eles interagem com
os outros. Seu personagem é irremediavelmente tímido, ou tão mandão que todos
ao redor dele sentem medo de falar? Ele é legal com garçons pelo fato de a mãe
dele ser uma garçonete, ou ele age feito idiota com os garçons por uma
garçonete ter lhe partido o coração (ou só por vontade mesmo)? Ver um
personagem interagindo com o mundo pode revelar muito de sua personalidade.
Desenvolva os diálogos. Os
diálogos marcam as palavras que os personagens dizem, e normalmente são
precedidos por um travessão. Diálogos podem revelar muito sobre os personagens
a partir do que eles dizem e escolhem não dizer. Você deveria encontrar
diálogos que duas pessoas normais poderiam ter, sem parecer algo muito forçado
ou elegante. Leia seu diálogo em voz alta para saber se ele parece algo que uma
pessoa diria.
O diálogo entre dois personagens
também pode fazer o leitor compreender melhor a dinâmica entre os dois.
Preste atenção a o que não é dito
também. Por exemplo, suponhamos que um garoto, jogador de futebol esteja triste
por seu pai não estar assistindo ao seu jogo. Se o garoto nem ao menos comentar
o jogo da próxima vez em que os dois se encontrarem, isso pode sinalizar muita
coisa.
Evite dar marcações indiscretas
ao seu diálogo, como “Maria afirmou...” em vez de “Maria disse...”.
Desenvolva seu ambiente. O
ambiente de uma história pode ser crucial ou ter pouca importância em relação
aos eventos que se desdobram. Se sua história for ambientada em uma casa
genérica que tenha pouca relação com a história, tudo bem. Mas se um marido
invade a casa que ele compartilha com a esposa, então todo detalhe é
importante, pois isso pode revelar mais sobre a relação do casal. Decida quais
partes do ambiente devem ser importantes e desenvolva-as de acordo com suas
conclusões.
Mesmo que o ambiente não seja tão
crucial para sua história, evite confundir o leitor. Permita que ele saiba onde
os eventos estão ocorrendo, mesmo que seja uma cidade rural ou uma escola no
meio do nada.
O período de tempo também pode
ser considerado parte do ambiente. Se sua história tratar sobre os anos 60, dê
pistas ao leitor – ou afirme a época diretamente – para que ele não fique
pensando que a narrativa está no presente.
Desenvolva sua voz. Na escrita, a
voz é o estilo único que suas palavras possuem quando estão no papel. Suas
palavras têm seus trejeitos, ritmos e cadência particulares, e ninguém deve
conseguir duplicá-las. No começo, é natural que escritores tentem imitar seus
autores prediletos. Porém, enquanto evolui como escritor, você deverá encontrar
um jeito único de expressar seus pensamentos e ideias.
A voz' descreve como soam as
palavras do autor, e não como soam as palavras de um personagem. Toda palavra
colocada na história contribui para a voz do autor.
Evite as armadilhas da escrita de
histórias. Apesar de haver algumas dicas, não existem regras precisas e rápidas
sobre o que constitui uma boa história e o que constitui uma péssima história.
Ainda assim, você pode melhorar suas chances de escrever uma boa história
evitando alguns erros comuns cometidos por escritores. Aqui estão algumas
coisas que devem ser pensadas enquanto você prossegue escrevendo:
Evite a “lixeira de informações”.
Não diga ao leitor tudo o que ele acha que precisa saber logo no início da
história. Se você passar três páginas descrevendo os personagens e as ações
antes de algo acontecer, seu leitor se cansará.
Evite finais enganadores. Ninguém
gosta de ler uma história apenas para descobrir que tudo foi um sonho, ou que a
história foi contada a partir do ponto de vista de um alienígena.
Mantenha a simplicidade. Você
pode achar que usar linguagem elevada e rebuscada é o melhor jeito de escrever.
Caso esteja escrevendo uma história sobre a vida da elite em um castelo
ornamentado, isso pode ser sua melhor aposta. Porém, para a maioria dos
conceitos, o ideal é manter a simplicidade.
Evite exposições no diálogo. A
narração e a falta de diálogos devem transmitir informações básicas acerca da
história. Diálogos devem ser usados para fornecer mais informações sobre os
personagens e suas lutas e relacionamentos, sem ceder “os fatos” da história.
Por exemplo, um personagem não pode dizer: “Sam, apesar de você ter vinte anos
e este ser seu segundo ano em Harvard...” por isso ser algo que ambos já
conhecem.
Demonstre sempre o que está em
jogo. Qualquer leitor deve conseguir responder “O que está em jogo?” enquanto
lê a história e após ter terminado. A história terá falhado caso o leitor a
termine sem compreender o objetivo do texto.
Revise Sua História
Guarde a história e retorne a ela
mais tarde. Dê uma pausa a sua história – mesmo que seja apenas por um dia. Em
seguida, leia-a com novos olhos, e tente enxergá-la na perspectiva de um
leitor. Como leitor, quais frases você acha desnecessárias ou confusas? Quais
fatos permaneceram nebulosos? Quais pontos da trama são muito óbvios ou muito
complicados? Ler seu próprio trabalho com novos olhos pode lhe dar uma
perspectiva renovada sobre o que precisa mudar.
Algumas vezes, a simples
impressão da história num documento do Word pode ajudá-lo a enxergá-la com uma
nova perspectiva.
Se você realmente quiser melhorar
a história, mas se sentir travado, tente deixá-la de lado por um mês ou dois.
Você ficará surpreso com quanta inspiração ganhará durante esse período.
Deixar o trabalho de lado por um
tempo é uma boa atitude, mas não o guarde o suficiente para perder o interesse
nele.
Consiga feedback. Você pode
compartilhar sua história com amigos próximos, escritores, professores ou até
grupos literários caso esteja pronto para exibir o texto para o mundo.
Certifique-se de não pedir para que as pessoas opinem sobre sua história enquanto
ela não estiver completa, ou você se sentirá diminuído pela crítica. Junte-se a
workshops de literatura com indivíduos semelhantes a você e que realmente se
dediquem à boa escrita – isso o ajudará a ganhar uma nova perspectiva quanto ao
seu texto.
Para que o feedback seja útil,
você terá de ser receptivo. Se você acha que escreveu a história mais perfeita
do mundo, acabará não escutando o que os outros têm a dizer.
Certifique-se de que você esteja
dando sua história aos leitores certos. Talvez você não ganhe o melhor dos
feedbacks caso entregue um conto de ficção científica para alguém que jamais
leu tal gênero antes.
Revise a história usando vários
truques. Existem milhares de maneiras de se revisar uma história, e tudo
depende de como o primeiro rascunho do trabalho parece e de quanto trabalho
ainda deve ser feito. Muitas histórias podem levar dez ou mais rascunhos para
ficarem prontas – portanto, não se sinta desencorajado caso tenha de mudar tudo
no trabalho. Enquanto você revisa, eis alguns elementos que devem ser levados
em consideração:
A necessidade de se mudar um
ponto de vista. Talvez você tenha pensado que sua história funcionava melhor na
primeira pessoa; porém, ao lê-la pela segunda vez, você pode enxergar que a
terceira pessoa seria ainda melhor.
Cortar palavras complexas. Uma
boa regra é cortar 250 palavras de sua história (desde que ela tenha, no
mínimo, dez páginas) após terminá-la. Você ficaria surpreso com o volume de
palavras desnecessárias de seu texto.
Corte a confusão. Pergunte-se se
você entenderia completamente o que se passa na história caso não houvesse a
escrito. Talvez os conceitos sejam claros para você, mas seus leitores poderiam
se sentir confusos.
Faça mais pesquisa quando
necessário. Se você estiver escrevendo uma história no Brasil dos anos 60 e
descobrir que não sabia o suficiente sobre tal período de tempo, será hora de
abrir livros para aprender a elaborar um texto convincente sobre tal era.
Seja persistente. Quando se
frustrar, lembre-se de que o primeiro rascunho de uma história jamais é bom –
mas, ao escrever o segundo/terceiro/quarto rascunho, você terá o potencial de
escrever um conto incrível.
Dicas
Use linguagem sensorial. Este é o
segredo de prender a atenção de seu leitor. Certifique-se de que seu público
possa “ver, cheirar e ouvir” o ambiente da história. Pinte um quadro através de
suas palavras. Você não quer que o livro seja chato ou vago; você quer que o
leitor imagine como são as coisas. Novamente: não descreva cada folha de cada
árvore para não criar um roteiro arrastado.
Tente viver com seus personagens
por um tempo para conhecer a personalidade deles. Faça seus personagens
segui-lo, conversar com você, etc.. É como ter um amigo imaginário, só que
real. Em sua história, pelo menos. Isso o ajudará a conhecer melhor o
personagem.
Pessoas nem sempre conversam
usando frases completas. Elas dão respostas diretas e monossilábicas. Portanto,
use, ocasionalmente, palavras vagas como “Aham... hmm...”, etc.. Não exagere! O
bom diálogo não precisa soar exatamente como uma conversa real: é uma conversa
real sem todas as suas partes entediantes.
Ao construir o personagem,
lembre-se: ninguém pode ter a mesma idade para sempre. Ao crescerem, o humor e
até a personalidade dos personagens mudam – eles podem ficar agitados e
mal-humorados rapidamente. Faça com que as ações do personagem correspondam à
idade dele.
Procure melhorar seu vocabulário.
Encontre a palavra exata para aquilo que quer: o personagem está triste ou
agitado? Pesquise e pense sobre as conotações das palavras. Experimente manuais
como “Os Elementos do Estilo” para aprender como dizer o que quer de uma
maneira clara, eficiente e única.
Pense bastante sobre seus
personagens (quem eles são, como são, o que querem, do que têm medo), ambiente
(período, localização), e conflito (pessoa contra pessoa, pessoa contra
sociedade, pessoa contra destino). São esses elementos que tornam a história
interessante.
Edite, edite, edite. Verifique
pontuação ortografia, gramática e sintaxe, é claro – mas não ignore as grandes
questões. As ações e respostas do personagem são plausíveis? Você tomou atalhos
na trama, tornando-a mundana ou superficial?
Utilize experiências de sua vida
como inspiração.
Certifique-se de que a trama não
seja muito confusa. Pare caso muitas coisas estejam acontecendo ao mesmo tempo.
Dê uma pequena pausa e limpe sua mente. Reler a história desde o início dela é
sempre uma boa ideia, pois isso lhe dá novas perspectivas e lhe ajuda a pensar
acerca de qual caminho seguir.
Caso você seja facilmente
influenciado pela escrita dos outros, não leia demais. Prefira livros que você
conheça e estude como o autor desenvolve personagens, tramas e objetivos com o
tempo.
Avisos
Não use palavras grandes e
complexas com frequência. Seu texto parecerá pouco profissional, como se o
computador o houvesse escrito. Ainda assim, não use palavras chatas e diretas
com muita frequência também.
Tente não arrastar a história.
Não prolongue o assunto. Dê detalhes o bastante para encorajar tanto a
compreensão quanto o interesse.
Para fazer uma história
interessante, jamais plagie o trabalho de alguém. Escrever uma boa história
pode ser um processo demorado – portanto, seja paciente.
Descrever o ambiente
extensivamente pode acabar com sua história.
Certifique-se de variar a
extensão de seus parágrafos.
É natural e fácil usar descrições
fechadas de pessoas que você conhece bem – como familiares. Disfarce os
personagens o suficiente para evitar ofender sua família. Caso contrário, você
será visto como alguém mau por algum tempo.
Falta de criatividade é muito
comum. Você ficará frustrado, mas não desista; dê pausas e descanse sua mente.
Lembre-se: Caneta, Traseiro na Cadeira e Persistência são elementos que
escrevem a história.
Verdade, abraço Lisette.
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