De repente não era uma sexta-feira como outra qualquer...
De repente, após levar a filha para a escola, foi no caminho para o trabalho que a tristeza me invadiu, ao ver como a força da natureza tinha agido e destruído tanto em sua passagem, após o temporal.
Sentimento de fraqueza, de ter as mãos atadas, de forçar a segurar as lágrimas dentro dos olhos ao me deparar com as perdas de outras pessoas, até aquele momento materiais.
Mas a tristeza só se ampliou ao ouvir depois as narrativas de como a noite havia sido dura com tanta gente, de tantas necessidades de resgate em meio a madrugada, de tantas empresas depredadas em meio a enchente, da maldade presente na mente do homem quando se aproveitou para, ao invés de estender a mão, saquear...
Em meio a nublada manhã e início da tarde enfim o sol mandou um pouco da sua luz e a solidariedade de Itatiba e região se mostrou novamente tão intensa que as doações excederam qualquer expectativa, num gesto humano carinhoso para tentar aplacar a infelicidade daqueles que perderam o pouco que tinham, mas as marcas da destruição estavam por toda a parte e após mais um dia de trabalho, foi essa imagem que eu carreguei dentro do coração e novamente as lágrimas fizeram de tudo para cair...
Como será amanhã? Queira O Bom Deus que melhor que hoje, que melhor que ontem, que a luz ilumine cada ser atingido e que ele possa ter a força, agora da sua própria natureza interior, para reconstruir e prosseguir na sua passagem por essa nossa Terra.
Sou grato ao Criador por esta catástrofe não ter me atingido diretamente, mas nesse dia triste, quando a tristeza tomou conta de tantos corações itatibenses e de muitos outros em todo o Estado, foi-me me impossível não me deixar contaminar por esse sentimento. Meu sorriso está guardado hoje, bem guardado, esperando o momento certo para reaparecer, esperando que o hoje fique somente na memória e não se repita tão cedo, esperando que a tristeza se vá...