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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ismália - Alphonsus de Guimaraens

Achei esse poema indicado pelo amigo Adilson muito encantador, do poeta brasileiro Afonso Henrique da Costa Guimarães.


Clique na imagem para ver de onde ela veio!

Ismália
Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

...

5 comentários:

  1. É um belo poema. Minha mãe o aprecia muito.
    beijos

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  2. Belezura de poema desse antigo e grande poeta Alphonsus Guimarãens. Gostei mesmo. Um abraço, amigo Joe.

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  3. Agree with the author. The above mentioned is really an issue.

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  4. Não conhecia Alphonsus ainda, e este escreve bem, como todos os que tu seleciona JG! Tu tens um bom gosto.

    Abraço

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  5. Antífona - Cruz e Souza

    Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
    De luares, de neves, de neblinas!
    Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
    Incensos dos turíbulos das aras

    Formas do Amor, constelarmante puras,
    De Virgens e de Santas vaporosas...
    Brilhos errantes, mádidas frescuras
    E dolências de lírios e de rosas ...

    Indefiníveis músicas supremas,
    Harmonias da Cor e do Perfume...
    Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
    Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

    Visões, salmos e cânticos serenos,
    Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes...
    Dormências de volúpicos venenos
    Sutis e suaves, mórbidos, radiantes...

    Infinitos espíritos dispersos,
    Inefáveis, edênicos, aéreos,
    Fecundai o Mistério destes versos
    Com a chama ideal de todos os mistérios.

    Do Sonho as mais azuis diafaneidades
    Que fuljam, que na Estrofe se levantem
    E as emoções, todas as castidades
    Da alma do Verso, pelos versos cantem.

    Que o pólen de ouro dos mais finos astros
    Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
    Que brilhe a correção dos alabastros
    Sonoramente, luminosamente.

    Forças originais, essência, graça
    De carnes de mulher, delicadezas...
    Todo esse eflúvio que por ondas passa
    Do Éter nas róseas e áureas correntezas...

    Cristais diluídos de clarões alacres,
    Desejos, vibrações, ânsias, alentos
    Fulvas vitórias, triunfamentos acres,
    Os mais estranhos estremecimentos...

    Flores negras do tédio e flores vagas
    De amores vãos, tantálicos, doentios...
    Fundas vermelhidões de velhas chagas
    Em sangue, abertas, escorrendo em rios...

    Tudo! vivo e nervoso e quente e forte,
    Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
    Passe, cantando, ante o perfil medonho
    E o tropel cabalístico da Morte...

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