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Hamilton Naki (26 de junho de 1926 – 29 de maio de 2005) foi
um "cirurgião" e professor sul-africano sem nenhuma formação
acadêmica ou diploma. Citado em diversas publicações como assistente cirúrgico
do doutor Christiaan Barnard, nas investigações que resultaram no primeiro
transplante de coração realizado com êxito no mundo, no Groote Schuur Hospital,
na África dos Sul, em 1967. Naki, em entrevista, disse que participou da
intervenção que resultou no transplante histórico, embora não haja nenhum
registro no hospital sobre a sua colaboração no feito.
Naki nasceu de uma família pobre em uma pequena aldeia do
estado de Cabo do Leste, na África do Sul, de nome Ngcingane. Lá ele completou
seu curso primário. Com 14 anos de idade, de carona, foi a procura de trabalho
na Cidade do Cabo, arranjando emprego de jardineiro na Universidade da Cidade
do Cabo.
Carreira médica
Selecionado por Robert Goetz, da Faculdade de Medicina da
Universidade da Cidade do Cabo, para trabalhar nos laboratórios da clínica,
ajudou inicialmente cuidando dos animais cobaias do laboratório. Em uma
determinada ocasião, Goetz lhe pediu para segurar uma girafa enquanto ele a
operava. Para surpresa de Goetz, além dessa simples tarefa, Naki foi se
envolvendo com maestria em outros procedimentos cirúrgicos mais complexos,
incluindo suturas, analgésias e cuidados pós-operatórios. Apesar da sua
carência de estudos formais, sua técnica e capacidade foram reconhecidas,
recebendo, assim, permissão especial para continuar suas pesquisas no
laboratório, com animais, incluindo transplantes, embora nunca pudesse
trabalhar como médico de humanos pelas leis do apartheid.
Naki se converteu em um dos quatro técnicos de laboratório
de pesquisa da Faculdade de Medicina. Dava assistência aos jovens cirurgiões em
suas atividades com animais no laboratório, inclusive em pesquisas em
transplantes de rins, coração e fígado.
Mesmo registrado nos documentos do hospital como faxineiro e
jardineiro, Naki recebia salário de técnico de laboratório, o mais alto do
hospital para alguém sem diploma.
Aposentadoria
Naki aposentou-se em 1991 como jardineiro. Com o fim do
apartheid, recebeu, em 2002, como reconhecimento pelo seu trabalho, a Ordem
Nacional de Mapungubwe. Em 2003 recebeu um diploma honorário em medicina pela
Universidade da Cidade do Cabo. Aposentado, Naki continuou trabalhando como
cirurgião em um ônibus adaptado como clínica móvel. Naki morreu em maio de 2005
ao 78 anos de idade. Naki foi um dos melhores cirugiões da história do mundo,
nunca desistiu mesmo sendo discriminado e irreconhecido.
Polêmica
Com o reconhecimento adquirido após o término do apartheid,
Naki se tornou famoso mundialmente. Em um determinado momento, em entrevista,
confirmou sua participação no primeiro transplante de coração, extraindo o
coração do doador. No entanto, não há quaisquer referências e registros
"oficiais" sobre o fato.
Fonte: Wiki
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Agradeço a amiga Maria Emília Xavier por me encaminhar um e-mail, contendo detalhes da vida desse importante cidadão que o mundo não conheceu direito, mas que deixou a sua marca durante a sua passagem por essa vida.
Abraços renovados!
São heróis anônimos intuitivos, que fazem o conteúdo da história humana ter mais propriedade.
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Pena que não há registros de tal feito, abraço Lisette.
ResponderExcluirUma história incrível que o mundo precisava saber. E bela história. Um abraço, amigo Joe.
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